Johnny Quest: um grande desenho, uma grande influência

Dia desses no twitter os 140 caracteres vem, os 140 caracteres vão e a timeline resolveu ser nostálgica e descambou-se a twittar sobre os anos 90 até cair nos 80. Tema já clichê, mas e daí? A @capitusoueu me pergunta: "qual o seu desenho favorito dos 80, @maurovss?" A resposta foi facílima, rápida e certeira: JONNY QUEST. Na verdade o desenho é dos anos 60, é óbvio que eu não assisti ao desenho durante a sua curta existência (64/65), mas não cansava das reprises da TVS(!) e da Globo nos anos 80 (e início dos 90). O desenho marcou a sua época e a minha: foi um dos primeiros da Hanna-Barbera a ser realista – antes, só animais personificados. Jonny Quest contava com uma qualidade e vigor de traço ímpar para o momento e mesmo dentro dos anos oitenta ainda era inovador; além disso, os personagens eram bem construídos (todos possuem um história off-desenho que vai sendo mostrada ao longo da série) e roteiros ricos que mesclavam bem a aventura (as histórias se passam em diversas partes do globo), a ficção-científica e o humor – este protagonizados na sua maioria pelo Bandit, o bulldog dos Quest. Apesar disso tudo, o desempenho da série não agradou a emissora que a exibia e foi cancelada com apenas uma ano de existência e 24 episódios... contudo, foram as reprises nas décadas seguintes que fizeram a fama do desenho e que fomentaram as tentativas de alavancar mais uma vez o desenho - houve mais duas temporadas: The New Adventures of Jonny Quest, de 1986 a 1987 e The Real Adventures Of Jonny Quest, 1996 a 1997. (fonte: Wikipedia) E ainda dois longas.  


• Ouça a versão de Reverend Horton Heat para a abertura de Jonny Quest e Stop That Pigeon •

É curioso e legal destacar algumas nuances do desenho. Hadji, por exemplo, um menino órfão, que é adotado pelo Dr. Quest após o moleque salvar sua vida no segundo episódio da série. Hadji é indiano e hindu e sabe todas aquelas sacanagens mágicas – levitação, desaparecer objetos, o truque da corda... – ou seja, Hadji representa o místico e o inexplicável. O Dr. Quest por sua vez carrega o título de 'doutor' não é à toa, segundo a série ele é o criador do raio laser e de outros inventos e tem de ficar de lá pra cá pelo mundo, pois é de interesse dos 'vilões' fazê-lo refém e trabalhar para o outro lado – lembremos que o desenho foi criado nos anos 60, no auge do contexto da Guerra Fria – apesar de possuírem uma casa num ilha secreta. Além disso, o étimo do nome do Dr. Benton guarda uma grande sacada, um trocadilho que tanto pode significar "busca" (quest em inglês), quanto a corruptela de "question" (questão), dialogando com a sua raison de être de sempre buscar as resposta para tudo. Colocando as duas personagens lado a lado é interessante 'ler' que aquele que representa o inexplicável salva aquele que representa a razão, que por sua vez o adota como filho. Falando em filho... 



versão mangá de Jonny 


Jonathan Quest, mais conhecido como Jonny Quest, o filho do Dr. Benton Quest é um moleque de dez anos curioso e intrépido, órfão de mãe – muito em função da carreira do pai. É protegido, mais: tutelado pelo agente Roger "Race" Bannon, agente secreto do governo americano encarregado da segurança da família, pois como já dito o valor intelectual do Dr. Quest é inestimável para os EUA. Jonny é um garoto peculiar: ele é educado por homens. Claramente um que representa a ciência e seus avanços e outro, a força e ação. E claro também a intenção disto: Jonny seria o modelo exemplar do agente americano: inteligente, forte e some-se a isso o fato de estar sempre viajando conferindo um caráter internacional e conhecedor de diversas culturas.

Releitura 'muderna'

 
Viajei? Não sei... e claro, pensei nisso "ontem", pois quando assistia Jonny Quest "anteontem", queria assistir Jonny Quest e pronto, após os 30 minutos da cada episódio eu voltava para o meu mundinho. E relembrando uma das últimas postagens, também faz parte da minha construção, não apenas JQ como muito outros desenhos & séries – sou filho da geração que foi criada na frente da tevê – e não nego, pelo contrário... Ando tão nostálgico...



As famosas mochilas voadoras e 'Turu, o terrível'

Bem, como temos a tendência natural de valorizar o passado, esses assuntos surgem. E as outras mídias também estão atentas, não é de hoje que Hollywood fala de uma versão live action de Jonny Quest. Então motivado pelo papo no twitter fui atrás de respostas, eis a minha surpresa ao saber que Zac Efron assinou com a Warner para ser o prórpio Jonny... e Dwayne 'The Rock' Johnson como Race Bannon... não vou me deter nesses detalhes, apenas informar; a esperança é que Liaam Nesson ainda seja o Dr. Quest um sopro de boa atuação e vamos combinar, são quase clones! Creio que com isto, a 1ª versão de Jonny Quest torne-se ainda mais icônica e relevante para toda um geração. E para fechar esse artigo deixo o vídeo de abertura do desenho e a sua música, que inclusive já foi o toque do meu celular. ☺

» Curiosidades: era raro algum desenhista conseguir repetir uma feição de Jonny! A banda Jota Quest, era na verdade 'J. Quest", mas tiveram que mudar de nome para evitar um processo...

»Atualizado em 12/04« 




4 comentários:

Fábio Flora disse...

Jonny era um ótimo desenho mesmo. Mas, reconheço, não estava entre os meus favoritos. Ducktales talvez fosse "o" desenho para mim. Embora seja um pouco injusto eu dizer isso... injusto com a Caverna do Dragão, os Thundercats, os Superamigos, o He-Man, o Charlie Brown... Que puxa! A lista é imensa! Também fui criado diante da tevê, geração 80, e não tenho nenhum problema de dizer isso. Na verdade, não gostaria de ter vivido a infância noutra época. Acho que não houve uma década tão "rica", com tanta "diversidade" de programas infantis e desenhos, quanto a de 80. Bom, isso pode ser apenas a impressão de um oitentista nato... (Ah, o Liam Neeson seria um excelente Dr. Quest! Leva jeito...). Até a próxima sessão nostalgia!

Unknown disse...

Sim, sim, sempre há aquele ou aqueles que separamos na mão direita, o meu é o Jonny, mas também o Scooby-doo (sem o sobrinho), Caverna do Dragão (esse 100% anos 80) também, todos que você citou - como aquelas crianças do C. Brown são adultas, não?, Manda-Chuva, Tiny Toon e podíamos ficar aqui, presos, dias afundando em listas! Rs. Concordo com vocÊ em relação aos 80 e os meus 90 também forma ótimos... até começar a trbalhar, rs!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

ME FEZ CHORAR...LEMBRANDO DA MINHA INFANÇIA...eu queria que voltasse tudo de novoooooooooo.........."BELO TEXTO" .....

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