Testemunha Onírica
O relógio de alcachofras na parede trabalhando.
À esquerda, WW, o desenhista desenhava o retrato falado (ou outra hq); à direita, PA, o escrivão, catava milho na máquina de escrever escrevendo o que dizia a testemunha (ou outro romance).
Numa enorme mesa, jornais fazendo o seu papel antes das suas metamorfoses; na cadeira, o delegado JC interrogava a testemunha: Eu.
"Dotô delegado, tenho certeza que vi aquele Fama empurrar o Cronópio nos trilhos da estação de metrô Esperança. Tenho certeza."
O delegado JC mastigava uma ou duas horas do relógio alcachofra... fumou um ou dois cigarros. Pediu que WW e PA que saíssem da sala. Olhou bem olhado para mim, e me perguntou se eu sabia por que a tia dele havia de ter tanto medo de cair de costas, eu disse que suspeitava, mas ainda carecia de fontes para uma teoria elaborada, ele pareceu satisfeito, anotou o que disse no pulso, comeu outra hora-alcachofra, pegou o chapéu e o vinho: não saia daí, volto em alguns anos com um livro assim assim.
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