Obra de Philip Roth adaptada para 7ª arte
Confesso a minha ignorância nesse momento. Não sei dizer-lhes se o filme "Fatal", com o sempre correto Ben Kingsley e a espanhola Penélope Cruz, que sempre se faz presente, é ou não a primeira adaptação de um livro do monstruoso/consagrado escritor norte-americano Philip Roth, e que se tornou uma uma ótima opção de leitura para mim (alô amigos, o Natal tá aí), na atualidade. Encontrei tal notícia largada num canto de revista muito sem-querer e nas pouquíssimas 132 palavras da resenha (sim, eu contei) o autor da mesma conseguiu o prodígio de resumir bem a trama: "No longa [...] incertezas surgem para o intelectual David Kepesch após se sentir atraído pela jovem aluna Consuela. A partir daí, o invejável domínio teórico do professor cinqüentão no terreno do sexo vai desmorando..." e por aí vai. É óbvio que nem o filme (muito menos o livro) é apenas o clichê da relação professor-aluno; no livro isso é exarcebado pela fama do professor - um compulsivo sexual que não esconde isso, pelo contrário, todo final de todo curso que ministra, Kepesch oferece uma festa em sua casa para os seus alunos (alunas basicamente) e, durante à noite elege aquela que dividirá a cama com ele. A diferença de classes e origens entre as persoangens principais é algo que também não pode ser descartado - ele judeu e aristocrata, ela cubana e emergente; o feitiço de Consuela (além dos seus seios) enlaçam o velho de tal forma que as relações efêmeras do professor paulatinamente dão lugar a obsessão e ao sentimento de posse que não pode obter - Consuela é mais do que ele é capaz - e essa noção de finitude da sua virilidade que desencadeia em Kepesch uma crise que norteará todo romance, fantasticamente intitulado " O Animal Agonizante" e que no filme, agora chamou-se de "Elegy" (elegia em inglês, mantendo relação com o lamúrio do fim e "Fatal" por essas bandas - péssima escolha), transforma-se em sentimento de culpa pela resenha lida. Um erro. Ainda assim, quero ver o filme, daí poderei dizer mais sobre a relação entre as linguagens. É isso. Segue o trecho que vem na 4ª capa do livro, lançada por aqui pela toda poderosa Cia Das Letras.
"Duas coisas no corpo de Consuela chamam a atenção. Em primeiro lugar os seios. Os seios mais magníficos que jamais vi - e olhe que eu nasci em 1930: a esta altura, já vi muitos seios. Os dela eram redondos, cheios, perfeitos. O tipo de seio com um mamilo que parece um pires. Não o que parece um úbere, porém aquele mamilo grande, de um tom claro de rosa pardacentos, que é tão excitante. A segunda coisa era o fato de que seus pêlos pubianos eram lisos. Normalmente são encaracolados. Os dela pareciam cabelo de asiático. Lisos, estendidos, e parcos."
Caliente, não?
2 comentários:
Parece interessante, será que alguém se toca se eu pedir de natal também?
Engraçado que, sempre que os escritores querem dar um ar de profissionalismo à promiscuidade, apelam para a figura dos pêlos pubianos lisos. Já vi isso na literatura cubana hehe.
Haha, não custar tentar, não é? E ademais, sempre há a chance de você ganhar aquele livro de auto-ajuda no amigo-oculto, que vai se prestar a troca, nas filas de início de ano! rs
Gostei do termo "profissionalismo à promiscuidade". Teria sido no "Trilogia Suja de Havana" que você se deparou com outros pêlos lisinhos? Ouço falarem muito do autor dele, mas não tive ainda a chance de ler.
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