O que fazer durante a crise



O mundo está se descabelando em função da crise financeira provocada pelo outrora império norte-americano e seus bancos de investimentos, feitos de areia e cartas de baralho (de 7 de paus, com certeza). Por mais que se diga que, agora, temos uma economia estável e que a crise não nos atingirá como em outros tempos logo logo sentiremos os seus efeitos... Porém, entendo tanto ou mais de economia quanto do comportamento das partículas sub-atômicas nos colisores de hádrons (hã???) Ou seja: Não entendo **** nenhuma! Quem sou eu para falar? Um brasileiro, que como tal é expert em tudo e, sobretudo, técnico da Seleção Brasileira de Futebol (e engrosso o coro: Fora Dunga!!!).

Enfim, com essa wave de crise nas bolsas e suas decorrências aproveito para falar de... literatura. Sim literatura. Hoje lembrei de um livro que li há alguns anos e que me surpreendeu pela originalidade ao juntar dois gêneros (ou subgêneros): o romance histórico e o policial. Além disso, um dos motes do livro era justamente a especulação financeira, que nascia justamente naquela época, praticamente gêmea da própria estrutura da Bolsa de Valores. 

Conspiração de Papel, do americano David Liss, tem como cenário a Londres do século XVIII, no início de uma nova ordem econômica, uma cidade já dividida; e nesse mundo transita Benjamin Weaver (que deve ter a cara do Russel Crowe!!!), judeu de ascendência portuguesa, que fora pugilista e em função do joelho bichado, se não me falha a memória, abandona os ringues e passa a viver de pequenos serviços, como por exemplo, detetive a "encontrar itens perdidos", um baita eufemismo para peças roubadas e cobrar dívidas que deveriam ser pagas, mas que os donos aristocratas não queriam ou não podiam sujar as mãos. O que muda essa "vidinha" fácil do protagonista é a morte do pai, com o qual não mantinha relação há anos (há Édipo!!! Sempre ti!!!) e que era... adivinhem! Um grande especulador da bolsa londrina!

O livro é bom, divertido, bem escrito, cheio de reviravoltas, personagens bem construídos  e ainda mostra alguns pontos da vida inglesa da época que eu não estudei nas cadeiras escolares do Acciolli. Forço a memória para tentar lembrar se li ou vi algo a respeito de uma possível adaptação para o cinema. Ah, esse foi o romance de estréia do autor; com o mesmo personagem carismático ainda existe Um espetáculo de corrupção e está marcado para 2009 um terceiro livro, The Devil's Comapany, que me arrisco a dizer tratar-se sobre a Companhia da Índias Ocidentais, instituição avó da bolsa de valores e que é personagem dos livros supracitados. 

2 comentários:

Anônimo disse...

Explicar o colapso capitalista através de suas partículas subatômicas é plausível, uma vez que a instabilidade do sistema se imprime em nossa infraestrutura e, tal qual partículas subatômicas, se engendram de forma inconstante,porém previsível. Beijo, querido!

Unknown disse...

!!!! Está vendo? É por essas e outras que a gente TEM que sentar pra conversar... só você mesmo para transformar a banalidade do que escrevi em algo crível e... POÉTICO.

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