A tirinha mais triste do mundo (parte II)

Bem, o primero post deu o que falar (graças À Deus!), esse espaço é para isso mesmo, além de expor algumas das minhas idiossincrasias é um espaço para aproximar pessoas e conhecer outras, é para  DEBATER idéias - todo tipo delas.
Recebi bastantes comentários e até e-mails sobre a "tirinha mais triste do mundo". Opiniões do tipo: "Legal a tirinha, mas isso não aconteceu no metrô", "como um cara se aproxima assim e conta tudo isso?", "A sua amiga não tem nome, é?", "Que viagem longa de metrô...", "Justamente a foto foi borrar"Foi você quem escreveu os comentários anônimos!" :D
O que eu respondo?!?! Bem, eu ri muito, confesso com esses comentários e e-mails... A quem leu e se preocupou com o menor da história toda: 
Sim, a história aconteceu no metrô. É compreensível a suspeição em tempos como estes, em que as pessoas se agridem por pisões e esbarrões ou por olhares enviesados; alguém que você NÃO conhece começar a conversar animadamente com você pode parecer muito estranho. Eu não acho. Já vivenciei muito isso, minha mãe era assim! Agia assim! Acho que isso vai muito da educação das pessoas (ouvir também é educação), vai da simpatia delas, da cordialidade atribuída a nós (e que se perde todos os dias) e no caso específico, da PAIXÃO das pessoas. O senhor do metrô era um geek de quadrinhos, isso é fato (e ainda vou falar mais dele aqui em outras ocasiões) e queria dividir aquilo que sabe com alguém. Não há nada de ficcional nisso! (Pelo tipo de texto do seu e-mail, você deve ser de SP, assim compreendo a sua desconfiança)

Sim, minha amiga tem nome... orkut, msn, CPF, um gato e paga as suas contas (quase) em dia. Apesar de falar alto, é tímida e não gosta de exposição e  EU NÃO GOSTO DE EXPOR PESSOAS NO MEU BLOG SEM A DEVIDA AUTORIZAÇÃO DA MESMA. E ela não é a pessoa a quem dediquei o post - o que pode parecer contraditório, mas não é. 

Não, nem tão longa. A saber: Afonso Pena - Cinelândia.

A idéia de escrever comentários anônimos foi brilhante, como eu não pensei nisso!!! Adoro monólogos, personas e outros eus...

***
Agora, àqueles que se importaram pelo maior da história: Agradeço a todos pelos ótimos comentários, a tirinha dá mesmo o que falar. As lacunas existentes (Hã???) nos quadrinhos, os silêncios, o nem olhar de Calvin para Haroldo são de doer; notaram o primeiro balão? "Mamãe disse que as pílulas estão funcionando", o autor anônimo quis dizer o quê? Calvin é maluquinho? É bipolar ou tem TDAH? É a única ressalva que faço à tira.
De resto, uma versão colorida da tirinha em que o último quadro ganha mais destaque ainda e a "verdadeira" última tirinha do Calvin, devidamente traduzida e de lambuja a primeira tirinha  publicada - em "portugalês" (sem tradução! huahuahua).

  [tecla SAP on]

C- Uau, nevou de verdade na noite passada. Não é maravilhoso?
H- Tudo que é familiar desapareceu. O mundo parece novo em folha.
C- Um novo ano… Um começo fresco e limpo.

H- Parece uma grande folha branca de papel para desenhar.
C- Um dia cheio de possibilidades.
C- É um mundo mágico, Haroldo, velho amigo…
C- …vamos explorá-lo! [N.T.: na última edição lançada no Brasil está assim "...vamos explorar!"]

E tudo começou assim... 




 

:D

4 comentários:

Anônimo disse...

Não tinha lido o post anterior (já encontrei), mas esse foi de chorar. Que tirinha mais triste!Tudo bem que não é oficial... mas poderia ser, né? Mas tb achei estranha a menção aos remédios... Acho que o autor quis dizer que o Haroldo era alucinação dele, não? Tipo "uma mente brilhante". Mas que maneira de acabar com a idéia linda de que era tudo pura e saudável imaginação!... Só não gostei disso. Mas sem essa menção, a indiferença do Calvin poderia ser entendi apenas como o seu temido envelhecimento... Parabéns pelo encontro inusitado e pelo post. ;)
Duca

Anônimo disse...

Para mim o remédio não denuncia maluquice nem alucinação do Calvin. É normal e saudável crianças terem amigos imaginários. O que está se fazendo em alguns lugares é usar indiscriminadamente a ritalina e outras substâncias, que servem para crianças hiperativas, em qualquer criança 'bagunceira'. Estão 'diagnosticando' hiperatividade em qualquer criança agitada, como pretexto pra dar ritalina e ter um robozinho em sala de aula. Dentre os efeitos da ritalina, estão perda da criatividade e imaginação e acho q é aí que o Haroldo vira boneco. Não acho que poderia ser uma última tirinha oficial, porque foge completamente do tema, mas achei uma proposta excelente! Poderia até ser peça de uma campanha, sei lá...

A última tirinha oficial também me soou muito triste! De repente, ano novo, tudo branco, tudo diferente, tudo novo, eles têm que explorar..... e aí? nada? acabou? ficou um vazio absurdo!!!!!

GiAlmérida disse...

Concordo em parte com o Bernardo, é legal ter amigos imaginários!!! E realmente, desde de cedo as crianças de hoje são "dopadas" por qualquer coisa, reflexo direto da ausência e esquecimento do que se é educar.

Quanto a tirinha, não achei tão triste quanto a não oficial, ela é também, mas nem tanto.

Unknown disse...

Anônimo: sinceramente, a única falha daquela tirinha seria essa menção a remédios, como o Bernardo disse "É normal e saudável crianças terem amigos imaginários (...) Estão 'diagnosticando' hiperatividade em qualquer criança agitada" Acho que é mais ou menos por aí. digo mais, a personagem de Calvin representa outro tipo de criança também, a criança curiosa e esperta que não espera resposta dos adultos - saem um busca delas. E sim, o envelhecimento, ou amadurecimento(?) de Calvin é o que fica da mensagem da tirinha como única coisa que separaria ele e Haroldo.
Obrigado pelos elogios, o senhor Geraldo ficaria grato em saber que a conversa que tivemos gerou tantas outras. É uma pena ele não lidar bem com a informática, segundo ele.

Bernardo: O uso cada vez mais cedo de remédios em crianças só denota o fim da preocupação das pessoas em educar seu filhos, de viciá-las bem cedo em remédios e tudo isso subjaz algo mais além: CONTROLE. Quanto mais "comportado" e limitado você for o sistema agradece. E Calvin é um pouco disso anti-stabilshment (tanto que o autor NÃO LICENCIOU NADA da personagem até hoje, contracultura. Waterson provavelmente viu o caminho que a sua personagem estava tomando e achou por bem encerrá-la enquanto ainda dizia alguma e não deixou virar um "Garfield", por exemplo.

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