Gavetas, baús e caixinhas de jóia
Por esses dias uma amiga me emocionou muito com um gesto: ela abriu uma das gavetas que possui com suas poesias. Ela nunca havia feito tal coisa. Podem imaginar como fiquei? (diga-se: muito boa poesia por sinal, não pare M.). Quem é que não possui um lugar como uma gaveta, um pequeno baú (ou grande), caixas de sapato ou de presente, pastas, cadernos - são todos caixinhas de nossas jóias. Só quem escreve sabe como é difícil mostrar alguma coisa a alguém. Primeiro de tudo é achar que aquilo que está lá é ruim, segundo, acho, o medo da rejeição. Vejam, Kafka passou por isso. Kafka! Se não fosse o amigo Max, que teve acesso a essas "gavetas" e que se negou a realizar o desejo do amigo ("Queime tudo"), o mundo estaria privado de "A Metamorfose", "Carta ao pai", "O Processo" e os dicionários do adjetivo kafkaniano...
Essa relação homem caixas é mítica, vejam Pandora, por exemplo, ela não abriu a caixa no final de tudo? Nós também, guardamos bem lá fundo dizendo "não abro de jeito nenhum, o que está aqui não é reservado ao mundo", mas a nossa condição nos impele no fim, o que nos queremos mesmo é mostrar!!!
É essa nossa condição contraditória das coisas...
Essa relação homem caixas é mítica, vejam Pandora, por exemplo, ela não abriu a caixa no final de tudo? Nós também, guardamos bem lá fundo dizendo "não abro de jeito nenhum, o que está aqui não é reservado ao mundo", mas a nossa condição nos impele no fim, o que nos queremos mesmo é mostrar!!!
É essa nossa condição contraditória das coisas...
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